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Brasil

Governo do presidente Lula da Silva vai se livrar do realismo do Centrão?

O presidente montou um ministério que é uma frente política para garantir a governabilidade junto ao Congresso. Mas o Centrão não está nada morto

Publicada em 19/01/23 às 11:19h - 13 visualizações

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Governo do presidente Lula da Silva vai se livrar do realismo do Centrão?
 (Foto: Rádio Rir Brasil - Itapuranga-Goias : Direção: Ronaldo Castro - 62 9 9 6 0 8-5 6 9 5 )

Há quem esteja comemorando o “fato” de que o presidente Lula da Silva, do PT, se “livrou” do Centrão, a federação comandada pelo senador Ciro Nogueira, pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, ambos do pP, e pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

Mas o “livramento” é mesmo um “fato”? Nenhum presidente, nem mesmo um presidente “tricampeão” como Lula da Silva, conseguirá se livrar do Centrão… para sempre. Exceto quando o Centrão acabar.

Porque o Centrão, sendo uma federação, não inclui apenas o pP e o PL. Integrantes de outros partidos às vezes somam-se ao Centrão em questões chaves — fisiológicas ou não. Então, aqueles que não confundem realpolitik com desejo sabem que o Centrão vai cumprir uma espécie de quarentena. Por isso, não vai ocupar cargos de proa, neste momento. Porém, com Jair Bolsonaro fora do país e sem mandato, o bolsonarismo tende a perder fôlego para o realismo de Valdemar Costa Neto e da dupla dinâmica Ciro Nogueira e Arthur Lira.

Ciro Nogueira e Lula da Silva: o realismo do Centrão bate com o do petista | Foto: Reprodução

O ministério de Lula da Silva está sendo elogiado pela imprensa, inclusive pela excelente jornalista Miriam Leitão, num artigo que beira a inocência lírica, publicado no jornal “O Globo” na sexta-feira, 30. Depois do ministério de Jair Bolsonaro, o ex-presidente fujão, qualquer ministério — mesmo a Arca de Noé do presidente petista (cedo o petista-chefe vai perceber que há uma certa “distância” entre boas intenções e resultados reais) — parece ser composto só de gênios.

Depois de Abraham Weintraub, Ernesto Araújo e Ricardo Salles, que parecem figuras de um passado bem remoto — pré-Iluminismo e trevoso —, é possível sugerir que o ministério de Lula da Silva só tem “santos”.

Na prática, o ministério de Lula da Silva é muito parecido com ministérios de governos anteriores. Estão lá Renan Filho (MDB) e Jader Filho (MDB), filhos de Renan Calheiros e Jader Barbalho, figuronas carimbadas da velha política do país, e não muito distantes do Centrão, inclusive nas práticas políticas. O PSD de Gilberto Kassab está lá, firme e impoluto, enraizando-se como uma espécie de Partido do Governo. Tanto que mantém um pé na equipe do bolsonarista “sem-raiz” Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, e na gestão do líder do PT.

Davi Alcolumbre: o senador levou o União Brasil para o governo | Foto: Reprodução

A imprensa, que no geral está a favor de Lula da Silva, por causa do “horror” representado pelo bolsonarismo — que pode ter manchado a imagem da direita de maneira indelével —, não examinou ampla e cuidadosamente o ministério. Parece que o apreço pelo “timoneiro”, sobretudo a falta de apreço por Jair Bolsonaro, criou uma espécie de rede de proteção ao novo governo. Pode ser uma rede provisória, mas, de certo modo, ela existe, e é uma espécie de inconsciente coletivo. “Lula da Silva precisa dar certo” — este talvez seja o “slogan” dos novos tempos — para que Bolsonaro não retorne à Presidência da República, em 2026.

O ministério de Lula da Silva é “bom” por ser, como assinala Miriam Leitão, “plural” e, portanto, conter “diversidade política e humana”? Talvez a jornalista esteja certa; portanto, que os deuses atendam seus rogos ou prédicas. Torcer contra o governo do petista é o mesmo que torcer contra o país.

O ministério de Lula da Silva combina experiência e certo amadorismo. Rui Costa (Casa Civil), Flávio Dino (Justiça), Camilo Santana (Educação), Márcio França (Portos e Aeroportos), Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Fernando Haddad (Fazenda), Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio) e Renan Filho (Transportes) são políticos e gestores experientes. Todos, exceto Fernando Haddad (que foi prefeito de São Paulo, uma cidade que é muito mais rica do que a maioria dos Estados do país), foram governadores e enfrentaram e tiveram de resolver problemas reais. Portanto, o petista-chefe acertou ao colocá-los no governo. Eles sabem o que (devem) fazer. Os amadores são, e isto é positivo, bem-intencionados. Mas, ao menos no início, tendem a derrapar ante questões reais, não ideológicas, que precisam ser resolvidas com atos e não apenas com belas palavras. Afinal, o “tempo” da realidade não equivale ao tempo da boa vontade, da boa intenção.

Renan Calheiros e Jader Barbalho: presenças fortes, via filhos, no governo de Lula | Foto: Divulgação

A esquerda ficou com mais de 20 cargos no primeiro escalão, entre filiados e não filiados a partidos políticos. É muito? Talvez. Mas a coligação de centro-direita — que mostra que Lula da Silva quer governar e não apenas organizar reuniões para falar sobre a “beleza” das transformações sociais que imagina para o país — sugere que ninguém é tão pragmático quanto o político de 77 anos (o petista não terá mais grandes oportunidades para governar o país de Machado de Assis e Graciliano Ramos). O vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, político de direita, a quase fundamentalista, trafega muito bem com esquerda, centro e direita — o que prova seu senso democrático. Lula da Silva soube escolhê-lo.

O ministério de Lula da Silva parece ter cariz de provisório. Do tipo “ministério das boas intenções” que, adiante, será substituído pelo “ministério do realismo”. Talvez por isto haja tanta gente do PT no governo

O, digamos, “excesso” de cargos para a esquerda, sobretudo para o PT, quer dizer exatamente o quê? Que Lula da Silva decidiu beneficiar aqueles que o apoiam há décadas, lealmente. Frise-se que ex-governadores do Nordeste, onde o petista obteve a votação expressiva que garantiu sua vitória, conquistaram alguns dos ministérios mais relevantes, como Casa Civil, Educação e Ministério do Desenvolvimento Social. Rui Costa, Camilo Santana e Wellington Dias são do PT. E são gestores e políticos eficientes e pragmáticos.

Gilberto Kassab, do PSD: presença forte em São Paulo e em Brasília | Foto: Larissa Quixabeira

O Gabinete de Segurança Institucional será dirigido por um general (da reserva) do primeiro time: Marco Edson Gonçalves Dias. Com este sobrenome de poeta, ainda que Gonçalves Dias tenha sido um bardo turbulento, é um bom prenúncio.

Há um aspecto que a imprensa não discutiu: o ministério de Lula da Silva parece ter cariz de provisório. Do tipo “ministério das boas intenções” que, adiante, será substituído pelo “ministério do realismo”. Talvez por isto haja tanta gente do PT no governo. Gente que talvez seja mais fácil de ser substituída. Certas estrelas, que brilharam em suas áreas, se fracassarem, porque o setor público é muito diferente do setor privado (e não se está falando tão-somente de mercado), podem ser substituídas por profissionais mais afeitos à burocracia estatal.

Rui Costa: força do PT e do Nordeste no governo de Lula da Silva | Foto: Reprodução

Não se está dizendo que não há profissionais no governo de Lula da Silva. Porque há, e muitos — gente de primeira linha. O que se está sugerindo é que há amadores bem-intencionados que, no poder, podem não dar certo.

A composição do ministério tem a ver também com a conquista de apoio tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado. Partidos com bancadas fortes, como PSD, MDB e União Brasil, foram contemplados. O que comprova o realismo de Lula da Silva, que enfrentou e vai enfrentar resistências do próprio PT, sobretudo na questão da presença do União Brasil na equipe. O presidente está absolutamente certo. Para governar, para que o deixem governar, precisa de uma frente ampla, em especial com a presença da direita, o que pode contribuir para uma relativa pacificação do país e uma certa desmobilização do bolsonarismo raivoso.

PSD, MDB e União Brasil serão suficientes para Lula da Silva governar com amplo apoio no Congresso? Talvez sim (em 2003, teria evitado o mensalão). E talvez não. É provável que, em algum momento, o presidente terá de se socorrer com o Centrão de Arthur Lira (o poder da Câmara é imenso), Ciro Nogueira e o indefectível Valdemar Costa Neto (se quiser enfraquecer o bolsonarismo, o petista-chefe terá de atrai-lo). Governabilidade é (quase) tudo.

O escritor americano William Faulkner escreveu: “O passado nunca está morto. Nem sequer é passado”. Parece que estava falando do Centrão. Lula da Silva, a maior raposa política do país, neste momento, sabe que o Centrão é o pós-Carnaval da nação patropi. Ou seja, uma dose, das mais fortes, de realismo.





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