O pronunciamento do vice-presidente na noite de 31/12 marcou o fim do governo do presidente Jair Bolsonaro, que preferiu deixar o país na sexta-feira e assim não passar a faixa presidencial para Lula na cerimônia da posse no domingo, colocando Hamilton Mourão interinamente na Presidência.
Hamilton Mourão dirigiu boa parte do discurso aos bolsonaristas, inclusive, de forma indireta aos mais radicais, que seguem em frente a quartéis pedindo uma ilegal intervenção militar contra a vitória do petista.
“Dirijo-me agora aos apoiadores de nosso governo… Desejo concitá-los a lutar pela preservação da democracia, dos nossos valores, do estado de direito e pela consolidação de uma economia liberal, forte, autônoma e pragmática e que nos últimos tempos foi tão vilipendiada e sabotada por representantes dos Três Poderes da República, pouco identificados com o desafio da promoção do bem comum”, disse Mourão.
Exonerações
Após assumir inteirinamente a Presidência da República após a fuga de Jair Bolsonaro (PL) para os EUA, o vice e futuro senador, general Hamilton Mourão (Republicanos-RS) exonerou os últimos ministros do governo de ultradireita, entre eles o agora ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, a última esperança dos bolsonaristas para colocar em marcha o frustrado golpe de estado.
As exonerações constam no Diário Oficial da União (DOU) deste domingo (1º) e destituem dos cargos os ministros:
Augusto Heleno Ribeiro Pereira, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI);
Marcos Montes Cordeiro, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
Ronaldo Vieira Bento, da Cidadania;
Paulo César de Carvalho Alvim, da Ciência, Tecnologia e Inovações;
Paulo Sérgio Nogueira de Oliveia, da Defesa;
Paulo Roberto Nunes Guedes, da Economia;
Victor Godoy Veiga, da Educação;
Marcelo Sampaio Cunha Filho, da Infraestrutura;
Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes, da Saúde;
Anderson Augusto Torres, da Justiça e Segurança Pública;
Joaquim Álvaro Pereira Leite, do Meio Ambiente;
José Carlos Oliveira, do Trabalho e Previdência;
Adolfo Sachsida, das Minas e Energia;
Carlos Alberto Gomes de Brito, do Turismo;
Carlos Alberto Franco França, das Relações Exteriores;
Wagner de Campos Rosário, da Controladoria-Geral da União;
Ainda neste domingo (1º), uma edição extraordinária do DOU deve trazer as nomeações, assinadas por Lula (PT), dos novos ministros.