Para mais da metade dos brasileiros (58%), a democracia é sempre a melhor forma de governo. Por outro lado, 17% acreditam que, em algumas situações, um governo autoritário é melhor. E 15% dizem que tanto faz um governo democrático ou autoritário. Os dados fazem parte de amplo levantamento sobre assuntos ligados a política, economia e atitudes sociais realizado pelo DataSenado junto à população brasileira.
Em relação ao posicionamento político, 32% dos brasileiros afirmam se considerar de centro; 28% se declaram de direita e 18%, de esquerda. Entre os que declaram ser de centro, mais da metade (56%) se posiciona como centro-direita.
Nos últimos 12 meses, 86% dos brasileiros acham o país ficou dividido por causa da política. E mais da metade desse grupo (53%) acredita que a polarização vai trazer prejuízos futuros ao país.
No que diz respeito a fontes de informação, 72% dos brasileiros acreditam que os meios de comunicação tradicionais, como TV e jornais, são mais confiáveis do que as mídias sociais, como Whatsapp e Youtube.
Atitudes sociais
Pela primeira vez, o DataSenado procurou mapear atitudes sociais do brasileiro. O levantamento mostra, por exemplo, que a sociedade está sensível à importância do Estado no combate à pobreza. De acordo com os resultados, 53% dos cidadãos concordam com a afirmativa de que “o Estado deve investir mais dinheiro para diminuir a pobreza” e 45% discordam que “o Estado gasta demais com os mais pobres”. Vale notar que esses percentuais não variam significativamente conforme o posicionamento político.
Os dados também mostram que os brasileiros reconhecem a discriminação por orientação sexual. Os cidadãos que concordam e concordam totalmente com a afirmativa de que “no Brasil, homossexuais sofrem muita discriminação” representam 74% da população.
Quanto ao racismo, a maior parte dos brasileiros concorda que esse ainda é um grande problema no país. Contudo, as opiniões se dividem quando o assunto é o sistema de cotas para negros em universidades.
Outro assunto que divide os brasileiros é a segurança pública. Se por um lado 54% concordam que “deveria existir pena de morte no Brasil”, 68% discordam que “facilitar a posse de armas vai aumentar a segurança”.
O Cidadão e o Senado Federal
Indagados com que frequência acompanham notícias sobre o que está sendo debatido no Senado Federal, mais da metade dos brasileiros (58%) afirmam que acompanham com pouca frequência.
Mais da metade (54%) dos cidadãos não lembra em quem votou para senador na última eleição. Além disso, 17% dos brasileiros dizem seguir um senador nas redes sociais e 7% afirmam já ter tentado entrar em contato com um senador.
Os resultados mostram que o acompanhamento do trabalho dos senadores varia conforme as faixas de renda dos brasileiros. Em relação aos que têm renda de até 2 salários mínimos, os cidadãos com renda familiar superior a 5 salários mínimos afirmam em maior percentual acompanhar com muita frequência o que está sendo debatido no Senado Federal (44%), lembrar em quem votaram na última eleição para senador (62%), seguir algum senador nas redes sociais (37%) e ter tentado entrar em contato com algum senador (14%).
Foram entrevistados 5.001 brasileiros distribuídos por todas as unidades da Federação, por meio de ligações para telefones fixos e móveis realizadas no período de 26 de novembro a 17 de dezembro de 2019. O delineamento amostral foi do tipo estratificado, totalmente probabilístico, com alocação uniforme entre as cinco Regiões do Brasil e proporcional entre as unidades da Federação de uma mesma Região. As margens de erro de cada estimativa foram calculadas com nível de confiança de 95% e considerando o delineamento amostral (Anexo 1 do relatório completo). Os valores percentuais foram arredondados de maneira que a soma dos percentuais de alguns gráficos e tabelas pode ser diferente de 100%, para mais ou para menos.